O maior e mais antigo mercado da Bélgica

Vista parcial d'O Marché de la Batte

Se queremos conhecer o carácter e a identidade de um local, é indispensável visitar os mercados locais e, no caso de Liège, essa máxima aplica-se - e de que maneira!-. 

Todos os Domingos, entre as 8h00 e as 14h30 na margem esquerda do rio Mosa, realiza-se o "Marché de La Batte", o grande mercado da cidade. Este mercado é o maior e mais antigo de todo o território belga e um dos mais importantes da Europa, tendo começado a ser realizado em 1561.

Estende-se ao longo de cerca de um quilómetro mas articulado em duas vias paralelas, ou seja, se quisermos percorrer todas as barraquinhas, num total de cerca de 350 vendedores fixos e cerca de meia-centena mais de vendedores ocasionais, será necessário caminhar um total de 2km! Estima-se também que seja visitado anualmente por quase 5 milhões de pessoas.

As duas vias paralelas que formam o mercado



Banca de especiarias. Há de tudo um pouco e inclusive oferecem um cartão-cliente que permite usufruir de ofertas e descontos após um determinado volume de compras.



O mercado diante do grande museu Curtius, um dos museus mais emblemáticos da cidade. A oferta museal irá merecer um artigo dedicado.


O mercado sob a neve no último Domingo, aqui junto a uma das pontes sobre o Mosa


Neste mercado encontra-se de tudo um pouco e sem nenhum tipo de organização ou agrupamento em função do tipo de produto, desde alimentos a vestuário, passando por produtos de higiene e beleza, electrónica, livros, produtos de cozinha, aves (de canários a galinhas), roulottes de alimentação asiática ou fast-food, entre outros, por vezes numa apresentação que, não deixando de ter excelente aspecto, provocaria arrepios a alguns membros mais púdicos da nossa ASAE. Também é curioso ver o nível de requinte de alguns pontos de venda, nomeadamente de queijo, carne ou peixe, que têm um sistema de senhas para atendimento por ordem de chegada.

Apesar de pela cidade existirem muitas lojas de venda de legumes e fruta, vir a este mercado já faz parte da minha rotina, dado que por pouco mais de 10€ consigo mantimentos suficientes para uma semana. O percurso começa sempre com uma paragem na mini-banca que vende o melhor e mais barato café de Liège, apenas 0,90€, e termina, já com as compras feitas, com uma passagem por uma das barraquinhas de alimentação para comer algo à vista do Mosa e das suas pontes. Só é preciso ter cuidado com alguma pomba ou gaivota mais atrevida.

A melhor banca de todas! Café expresso a 0,90€!



Uma das muitas bancas de frutas e legumes



Outra banca de frutas e legumes que permite levar 3 sacos à escolha por apenas 5€. O senhor do gorro mostrou toda a sua capacidade de cativar o público ao pôr as crianças todas a entoar o seu pregão.


Facto digno de registo: quando o mercado chega ao fim e os feirantes partem, pouco ou nenhum lixo fica espalhado, bem pelo contrário. Fica tudo devidamente acondicionado em sacos que depois são recolhidos pelos serviços de limpeza. Um bom exemplo a ser seguido.


Flores de mimosa a bom preço!

Para mim foi a banca que mais me chamou a atenção, por aquilo que a planta representa em Portugal. Nela, uma senhora equipada a condizer, vendia ramos de flores de mimosa e produtos de higiene e beleza com extracto de mimosa. Não resisti à curiosidade e perguntei quanto custavam os ramos de flores: grandes a 5€ e pequenos a 3€. Para quem quiser cultivar a planta, também estavam à venda em pequenos vasos.



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